Demóstenes "Barão da Mata" - "A Casa do Poema"
Espaço com a predominância do lirismo e com poemas de amor e paixão, mas com versos acerca de temas diversos, como a questão sócio-política, os tipos vistos nas ruas, o poder, as pessoas e seus sentimentos. Manifestações de inconformismo, de amor aos animais, de amor romântico, de sensualidade, de tristeza, de alegria, de humor, além do olhar sobre as coisas do mundo. Contatos pelo e-mail: baraodamata2@gmail.com
Pesquisar este blog
segunda-feira, 18 de novembro de 2024
quinta-feira, 31 de outubro de 2024
PARTE...!
Parte e suaviza a casa em tons de paz
Da tua ausência tão somente.
Parte ainda madrugada
E deixa a manhã chegar perplexa
Da leveza do sossego simplesmente.
Minha poesia irá encontrar o dia ainda preguiçoso
E os passarinhos cantando vivamente,
Como se festejassem também tua partida.
E eu contemplarei o dia alegremente,
E me darei a versejar doçuras,
Como tocasse, embevecido, um violão
E flutuasse e viajasse nos acordes mais bonitos.
sexta-feira, 25 de outubro de 2024
QUADRO SEM COR
Hoje nem cantei de manhã,
Hoje nem vi o sol raiar.
Acho que nem houve manhã
Depois que você me deixou.
Hoje nem falei de esperança,
Hoje nem ouvi melodias
Nem sequer vi rumo a seguir:
Sem você, meu norte perdi.
O dia é estático, imóvel,
É bem como um quadro sem cor,
Sem tom, sem figura ou paisagem:
Meu mundo calou-se e parou.
quarta-feira, 16 de outubro de 2024
FECHA AS PORTAS D'ALMA
Sai às ruas, abre os braços,
Busca a orquestra, a claridade,
Busca o sol que há nas pessoas,
Busca o dia mais bonito
E a vontade de cantar.
Mas me dizes que lá fora
Não tem rua ou claridade,
Se há orquestra, nunca ouviste,
E as pessoas não têm sol.
Então, fica em tua casa,
Te enclausura no teu mundo,
Tranca as portas do teu mundo,
Submerge todo em ti.
MINHA MORTE
Morri com a cabeça no travesseiro,
Embora preferisse que houvesse acontecido
Numa mesa bem fria de concreto
De uma praça qualquer do fim do mundo
Entrei na escuridão de minh'alma tão ferida
E ali fiquei num torpor descomunal.
Não vi fantasmas ou, se acaso os avistei,
Ignorei-os, sem susto e sem temor,
Sentindo a tristeza, sombria, a me enlaçar.
Se morri, me afundei nas tocas fundas
E cavernas escuras do meu coração.
Mas não há céu, inferno, só negror,
A quietude mais silente do sepulcro
Que existe bem dentro aqui de mim.
O AMOR E AS ALMAS
Não, um deus onipotente não há, não, de haver,
Se as crueldades impunes que grassam no planeta
Não lhe permitiriam nunca ser absolvido.
Não há de haver Deus, mas alminhas pros bichinhos
Que morrem nas queimadas perversas do Brasil.
Há de haver alma pra lagartixinha diminuta
Que matei em minha casa, sem querer.
Há de haver uma alminha para cada cachorrinho
Que brincou e que latiu em minha vida
E se foi, me deixando uma tristeza sem tamanho.
Há de haver almas para meus humanos mortos,
Que me fizeram viver mais o passado que o presente.
Há de haver uma alminha para o grilo que eu ouvi
Cantar dentro de casa toda noite
E um dia encontrei sofrendo pra morrer.
O amor é mais amplamente universal do que se pensa
E se estende também ao seres diminutos.
O amor não aceita, não digere o que é a morte,
Porque o verdadeiro amor nunca se aprende
Nas pregações conformistas de Jesus
Ou de qualquer profeta aqui do mundo:
O amor é bem maior que o Universo,
Que qualquer amor que nos queiram ensinar.
sábado, 12 de outubro de 2024
ALÉM DA FIDELIDADE
Sei que o amas e admiras,
Mas te peço: dá-te a mim
Como nada mais houvesse,
Como musa apaixonada
Num furor angelical.
Tenho aquela que me encanta,
Mas te quero num afã
De um amante romanesco:
No teu beijo, no teu corpo,
Quero entrar no paraíso.
Vem criar comigo um mundo
Pelo amor todo estrelado.
Vem fazer deste momento
A mais plena eternidade
E um luar só de nós dois.
-
O amor grande demais explode o peito Ou o faz desabrochar em pétalas profusas E emanar perfume e acordes pelo ar? O amor demais faz adoecer...
-
Reza por mim todas as noites e manhãs, Pede a Deus que eu seja teu pra todo o sempre, Faze uma simpatia que nos una como massa E ouve as mú...
-
Eu te fiz tantos poemas, te mostrei toda a lindeza de canções que mal ouviras, de um pardal a saltitar. Eu tentei te fascinar: fui p...