Vida, vivi tantos tantos amores
E provei tantas paixões,
Amargando muitas dores;
Mas em mim há uma certeza:
As paixões têm gosto bom
Como manga e qual morango,
Como pera e como anis.
Vida, degustei das aventuras.
Mundo, toda esbórnia é um poema,
Tarde clara em brando sol,
Primavera dentro d'alma
A sambar, vibrar em festa.
Ah, sofri tanto de amores!
Fiz sofrer certas mulheres,
Mas me dei aos sentimentos
Como um cão cheio de afetos,
Turbilhão sentimental.
Nunca fui religioso,
Não vivi o que é virtude,
Mas virtude o que é, enfim?
Não juntei nenhum dinheiro,
Não me fiz um venerado
Pelo que é material.
Morte, sei, quando vieres,
Não trarás poema ou música,
Mas só dor e sofrimento;
Entretanto tua antítese
Eu vivi com toda a gana,
Cultivei as emoções
Com o zelo de quem cuida
De jardins pelos quintais.
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