Naquele lugar tão estranho
de brigas, de armas e ganhos,
de tudo que existe no mundo
entrou por engano o Osmundo.
Havia bebida de graça,
"bonecas", mulheres na caça,
casais transando na rua,
beldades dançando já nuas.
Num dado momento uma loura
do tipo que os dias doura
lhe trouxe um copo de quente,
chamou-o pro amor, sorridente.
Osmundo ficou num conflito:
ia ou não ia o aflito?
Se aquilo fosse arapuca,
findasse num tiro na nuca?
Se fosse a bebida truncada,
se a loura com rosto de fada
não fosse às outras idêntica,
não fosse uma dama da autêntica?
Se o chefe do morro descesse,
cismasse com ele e lhe desse
sentença de morte por nada,
ciumento da loura assanhada?
Em pânico Osmundo sofria:
dizer um "sim" não podia,
dizer um "não" não devia,
fugir sequer tentaria.
Osmundo acordou urinado,
o peito a pulsar disparado,
jurando que à igreja voltava
e a vida devassa deixava.
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