O silêncio, mudez total, completa,
atravessa cada cômado,
aquieta a casa inteira,
silêncio tumular, absoluto.
O silêncio de fazer perder o sono
e revirar-se qualquer mortal por toda a noite.
O silêncio, que é calado como a morte,
encontra todavia, com perplexidade imensa,
minha alma ainda mais silenciosa.
O silêncio, a minha alma.
A minha alma, que é sem dor nem rigozijo,
sem sonhos, sem desejos, sem enganos,
que fica imóvel, sem folia e nenhum pranto,
a sorver lentamente esse silêncio.
Minha alma se atou de vez a esse silêncio,
numa comunhão de eterno casamento,
e ambos se fundem e se tornam coisa única:
a minha alma é o próprio silêncio então.
II
Quero apenas a quietude do silêncio,
O semblante inexpressivo do silêncio:
Quero somente o silêncio,
Nada, nada que não seja o silêncio.
2004
Espaço com a predominância do lirismo e com poemas de amor e paixão, mas com versos acerca de temas diversos, como a questão sócio-política, os tipos vistos nas ruas, o poder, as pessoas e seus sentimentos. Manifestações de inconformismo, de amor aos animais, de amor romântico, de sensualidade, de tristeza, de alegria, de humor, além do olhar sobre as coisas do mundo. Contatos pelo e-mail: baraodamata2@gmail.com
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terça-feira, 24 de março de 2009
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