Não, não queira ainda a morte:
Ainda existe entardecer,
E a cidade ainda é bonita de se ver.
Não, não queira ainda a morte:
De manhã algum pássaro ainda canta
E ainda nos resta alguma natureza.
Não, não queira ainda a morte;
Vez por outra algum olhar concupiscente
Ainda pousa nos seus olhos longamente.
Não, não queira ainda a morte:
Ainda há distâncias para viajar
E talvez algum caminho a seguir.
Não, não queira ainda a morte:
O além-horizonte pode ser lugar algo diverso,
Amanhã pode ser dia algo diverso,
Quem sabe?
- Embora eu muito duvide.
Não, não queira ainda a morte.
"PÉS NO CHÃO E POESIA" tem esse título porque em primeira análise minha poesia é incrédula, mas reúne poemas que às vezes se antagonizam pelo fato de alguns se pejarem da crueza calcada na realidade dos dias, enquanto outros têm a doçura dos anseios da meninice, além dos que encaram a dureza do cotidiano num protesto contra ela ou mesmo numa linguagem lírica que tenta cobri-la com adorno poético. Acesse meu canal no Youtube: https://youtube.com/@demostenesbaraodamata880?si=l1cgAhBMX48XRGYU
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terça-feira, 24 de março de 2009
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