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domingo, 24 de maio de 2015

E A POESIA?


Que foi feito enfim da poesia?
Ficou muda n'algum canto a poesia
ou perdida nuns confins a poesia?
Viverá em Lambari a poesia
ou morreu naquela terra  a poesia?


Ficou queda e se perdeu num labririnto,
sem que encontre um caminho de saída?
Ficou presa sob um manto de concreto,
confinada num passado já distante?


Está nos olhos alumbrados de morena?
Há morena ainda de olhos alumbrados?
Não há mais na madrugada a poesia?
Foi perdida em baticuns desritmados?
Fez-se morto silêncio a poesia?


Ou resiste nos olhares que se trocam
nas lascivas noitadas de verão?
Inda está nos beijos quentes dos amantes?
Canta alto no corpo das mulheres
que rebolam em meneios sensuais?


E os acordes que se ouviam noite adentro?
E os cantores que cantavam as tristezas?
É um papel todo encardido a poesia?
Ai,   morreu, e eu vi morrer a poesia?
Ai, o tempo com seu vento furioso
Soterrou no inexistente a poesia?

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