Aquela que repudiou há de estar muito longe,
A milhões de anos-luz da minha cidade,
No Paleolítico ou incontáveis milênios à frente,
Mas equidistante no espaço e no tempo,
Num ponto inacessível de nenhum corpo poder alcançá-la.
Aquela que me repudiou há de estar tão inatingivelmente distante,
De sequer a memória poder encontrá-la
E o arranhão do meu coração cicatrizar-se de todo.
Há de estar em mim tão morta, remota, esquecida,
Que, se um dia avistá-la, eu apenas me diga:
Quem será essa criatura cinzenta,
Tão sem cor e sem luz e sem graça,
Que os olhos cansaram do breve segundo que a fiquei a fitar?
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