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sábado, 6 de fevereiro de 2021

SONHO ABSOLUTO

E se eu sonhasse, mas sonhasse plenamente

Como não houvera no universo nada senão a minha fantasia?

Se eu sonhasse como fora menino novamente

E vivera a primeira de todas as paixões?

E se eu sonhasse, mas sonhasse de maneira assim desmesurada

Qual não existira tempo, luto, dores e mazelas,

Nem o impalatável tédio do cotidiano e dia-a-dia?

Se eu sonhasse o olhar angélico da menina enamorada

Que gravei num passado já distante, nas linhas da minha poesia?

Se eu sonhasse me casar co'a loura sensual e alucinante

Que ostentava as coxas num vestido  provocante?

Se eu sonhasse de um modo tão louco e sem medidas

Que  mais parecesse não ter pés ou corpo ou mãos,

Me fizesse etéreo como espírito ou fantasma, devaneio tão somente?

Se eu sonhasse de uma forma tão poética, elevada 

De tornar o irreal a verdade absoluta?

Se eu sonhasse e desse ao mundo as costas,

E partisse nas asas do meu sonho como viajante aventureiro,

Sem querer jamais, jamais  voltar?


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