Que coisa é essa que vibra no meu peito?
Seria um grito, música, agonia;
Seria arroubo, afã, fogo de vida?
O que brinca assim na minha alma
Tão baça, pálida, obscura?
Seria uma cantiga que vencesse o tempo,
O siso, os desencantos e a fadiga,
As agruras, os percalços e as vivências,
E se instalasse em mim qual flor no árido?
O que será que dói, que canta ou que extasia,
Ou que tortura ou desvanece e não decifro?
Mas que onda é essa que vem, rebenta assim de súbito
Na calmaria quase que imóvel deste meu mar
Assim tão quedo, na linha do equador?
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