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sábado, 6 de março de 2010

O NÃO-HOMEM

Vi você andar depressa,
a valise sob o braço:
tinha a hora do trabalho,
tinha um céu de nuvens brancas
que não teve o seu olhar.

Eram pombos no caminho,
uma moça tipo musa,
um pirralho vez por outra,
sua mente matemática.

Trabalhou o dia inteiro,
pensa em dinheiro e números,
vê a noite como um nada,
nem percebe que há estrelas:
o que tem você de homem?

1980

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