Eu vejo a desesperança desenhada no olhar
Dos que se plantam nas filas da condução.
Eu leio o desalento nos rostos
Dos que mofam nas filas de desempregados,
Tendo sob um braço um jornal.
Eu sei da alegria acintosa dos raros homens
Que têm o mundo nas mãos.
Eu sei da inquidade cínica dos torpes
Que fazem do destino de multidões brinquedo
Para sua bestial satisfação.
Mas parece que só eu sei, ninguém mais:
O mundo me parece por demais ignaro.
Por isto, só me cabe temer por mim,
Pelos meus e tocar minha vida,
Esquecido dos percalços do mundo,
Eu, andorinha incapaz de fazer um verão,
Conformado por ser assim desde que o mundo é mundo,
Eu, já sem credo ou bandeira política,
Eu, em busca apenas de seguir em paz esta vida de tantos perigos.
II
Não, eu não faria uma guerra ou revolução:
A mim não seduz a idéia de uma profusão de corpos inertes, exangues e desfigurados,
Num espetáculo medonho,
Muito menos me agrada imaginar mães chorando filhos mortos.
Não guerrearia, apenas diria não.
Todavia, como o mundo inteiro diz sim,
Só me resta repetir o sim proferido
E seguir a vida na brandura da paz.
2011
Espaço com a predominância do lirismo e com poemas de amor e paixão, mas com versos acerca de temas diversos, como a questão sócio-política, os tipos vistos nas ruas, o poder, as pessoas e seus sentimentos. Manifestações de inconformismo, de amor aos animais, de amor romântico, de sensualidade, de tristeza, de alegria, de humor, além do olhar sobre as coisas do mundo. Contatos pelo e-mail: baraodamata2@gmail.com
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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
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