Eu poderia contentar-me porque tenho Estela em minhas noites
E amanhecer os dias com vontade de cantar,
Como se Estela não vivesse a me cortar o peito,
Como se Estela me fizesse feliz como um passarinho solto.
Eu poderia fugir com Estela pra bem longe da cidade
E sentir junto dela o aroma bom do mato,
Como se Estela fosse qual menina que pulasse amarelinha,
Como se Estela fosse apenas simples e bonita
Como as tardes mansas nos roçados verdes.
Como se Estela usasse um vestido de flores pequeninas
E tons desmaiados, sobre a pele fresca.
Como se Estela viesse de um poema arcádico,
Como se Estela fosse a própria flor do campo.
Eu poderia acarinhar Estela sem dizer qualquer palavra,
Como se, deleitada, nada mais quisesse Estela;
Como se Estela fosse como uma felina mansa,
Como se Estela fosse bonita simplesmente.
Eu poderia apenas proteger Estela em meu abraço,
Como se Estela murmurasse o meu nome entre os lábios carnudos,
Quando a solidão se apresentasse nas noites silentes
E nas tardes em que a chuva açoitasse os vidros da janela.
Como se Estela me quisesse como ao vento que afaga o corpo nu nas noites de verão.
Como se Estela fosse suplicante, fosse minha de verdade.
Eu poderia me abrigar da verdade escondendo o rosto no peito de Estela,
Mas eu prefiro fugir a Estela e ao seu encanto frio de serpente,
A me consumir sozinho na escuridão do quarto fechado.
1994
Espaço com a predominância do lirismo e com poemas de amor e paixão, mas com versos acerca de temas diversos, como a questão sócio-política, os tipos vistos nas ruas, o poder, as pessoas e seus sentimentos. Manifestações de inconformismo, de amor aos animais, de amor romântico, de sensualidade, de tristeza, de alegria, de humor, além do olhar sobre as coisas do mundo. Contatos pelo e-mail: baraodamata2@gmail.com
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domingo, 30 de setembro de 2007
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