Por que refestelar o corpo numa cama
E ouvir as mais serenas das canções,
Se lá fora a vida é tão acesa,
Tão festiva com seu samba e tamborins?
Por que o quarto com o mofo das tristezas,
Se há nos bares radioso burburinho,
Alegria tão vibrante, radiante,
Que parece que as pessoas vão voar?
Por que então a quietude tão plangente,
Se essa vida lá de fora é tão dançante,
E espontânea como a jovial e linda negra
Que daqui vejo no bar a rebolar?
1997
Revisto e modificado em 2012
MINHA DESOLAÇÃO
Eu versejo com a mágoa que corta e perfura devagar a carne já à dor habituada.
Eu canto com o ódio impotente, murmurante e manso dos guerreiros derrotados.
Eu falo com a desolação cansada e a desesperança dos idosos no crepúsculo da vida.
Eu olho com o olhar opaco do mais puro desengano,
Eu vago pelo mundo com a indiferença e alheamento de uma folha seca arrastada pelo
[ vento.
Eu sigo pelos dias sem saber se estou vivo, se estou morto, confundindo vida e morte,
[ tão enorme a semelhança entre ambas em meu ser.
2001
Revisto e modificado em 2012
Espaço com a predominância do lirismo e com poemas de amor e paixão, mas com versos acerca de temas diversos, como a questão sócio-política, os tipos vistos nas ruas, o poder, as pessoas e seus sentimentos. Manifestações de inconformismo, de amor aos animais, de amor romântico, de sensualidade, de tristeza, de alegria, de humor, além do olhar sobre as coisas do mundo. Contatos pelo e-mail: baraodamata2@gmail.com
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sábado, 8 de setembro de 2007
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