Venho pelas ruas , paro um instante numa praça,
Fico a mirar a estátua erguida a um calhorda:
Tanto busto, tanta estátua... tanta homenagem a tanto calhorda.
Tanta gente cultuando tantos gélidos assassinos,
Que mataram tanta gente, devastaram tanta coisa
Por ganância e sordidez.
Tantas palmas tantos batem aos discursos de tantos patifes,
Que decidem nossos rumos, nos condenam à pobreza,
À miséria, ao infortúnio, à tristeza e aos infernos.
São canalhas travestidos de reis da magnitude;
Atos banais transformados em façanhas as mais elevadas;
Sacanagens mascaradas de atos da mais alta grandeza.
Olho a estátua com olhos incrédulos e expressão cansada,
Porém, um assombro vem a mim quando constato:
Deus, como são longas as pernas da mentira!
1994
Revisto e modificado em 2017
Espaço com a predominância do lirismo e com poemas de amor e paixão, mas com versos acerca de temas diversos, como a questão sócio-política, os tipos vistos nas ruas, o poder, as pessoas e seus sentimentos. Manifestações de inconformismo, de amor aos animais, de amor romântico, de sensualidade, de tristeza, de alegria, de humor, além do olhar sobre as coisas do mundo. Contatos pelo e-mail: baraodamata2@gmail.com
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domingo, 30 de setembro de 2007
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