O Tempo
Que pouco
A pouco
Faz velho o que antes
Foi novo;
O Tempo, insensível,
Que risca
Nos rostos,
Contorna nos corpos
A marca indelével
De sua presença...
O Tempo,
Que aplaca
Os anseios,
Que os doma e os torna
Vontades serenas
Ou sonhos sepultos...
O Tempo, infalível,
Que abranda as dores
Até extingui-las.
Que deixa perdidos
Violentos amores
Em cantos remotos,
Atrás de si próprio.
O Tempo, tão rude,
Tão frio e tão cru,
Insensível a tudo,
Traz morte e traz vida,
Traz era após era,
Mudando cenários,
Incapaz de saudade,
Qualquer nostalgia
Ou fio de lágrima...
O Tempo, invulnerável, imbatível,
Ereto, hercúleo,
Egoísta, impassível,
Apenas toca seu rumo incessante,
E nada há que o comova,
Que pare ou reduza
A velocidade devastadora do tempo.
II
O tempo passou e os meus sonhos ficaram para trás;
Os meus projetos ficaram para trás,
Todo eu fiquei para trás,
Perdido, tentando, já sem forças
E já sem vontade,
Correr atrás do tempo.
Minhas aspirações e utopias caducaram,
Eu próprio fiquei caduco, lá atrás, bem na cauda do tempo.
O tempo de ser feliz se foi e eu o perdi.
Agora deixarei apenas que o tempo me vá pouco a pouco desintegrando,
Eu, coisa vã, obscura, esquecida, perdida
No tempo...
No tempo.
1996
Espaço com a predominância do lirismo e com poemas de amor e paixão, mas com versos acerca de temas diversos, como a questão sócio-política, os tipos vistos nas ruas, o poder, as pessoas e seus sentimentos. Manifestações de inconformismo, de amor aos animais, de amor romântico, de sensualidade, de tristeza, de alegria, de humor, além do olhar sobre as coisas do mundo. Contatos pelo e-mail: baraodamata2@gmail.com
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sábado, 8 de setembro de 2007
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