Por que, negra, foi embora,
Se alumbrava meus momentos
E os fazia tão intensos
Como fosse o Universo
Todo feito de folia?
Por que foi, mulher, embora,
Se cantava em mim a vida
Como pássaros em bandos
Na alvorada, nas manhãs?
Que fez, negra, dos meus dias!
São noturnos os meus dias,
São tão tristes os meus dias,
Como notas de piano
Em crepúsculo de inverno.
Por que foi você embora,
Se era doce, era tão bom
Quando em horas de carícias
Me chamava de "meu negro"?
Todo o encanto do seu riso,
A lindeza do seu rosto,
Da nudez dos seus contornos...
Tenho já sua figura
Tão marcada na memória.
Triste, lembro nossas noites:
Os lençóis, o seu perfume,
Nossos corpos se esfregando,
Com furor se devorando,
Tão sedenta, tão faminta
Uma carne d'outra carne.
Logo, logo, sei, meus dias
Serão quietos e silentes,
Não terão qualquer cantiga,
Serão baços, incolores
Quais manhãs sem cor ou canto
Que se despem da alegria,
Que não têm sopro de vida.
1994
Espaço com a predominância do lirismo e com poemas de amor e paixão, mas com versos acerca de temas diversos, como a questão sócio-política, os tipos vistos nas ruas, o poder, as pessoas e seus sentimentos. Manifestações de inconformismo, de amor aos animais, de amor romântico, de sensualidade, de tristeza, de alegria, de humor, além do olhar sobre as coisas do mundo. Contatos pelo e-mail: baraodamata2@gmail.com
Pesquisar este blog
domingo, 30 de setembro de 2007
-
O amor grande demais explode o peito Ou o faz desabrochar em pétalas profusas E emanar perfume e acordes pelo ar? O amor demais faz adoecer...
-
Reza por mim todas as noites e manhãs, Pede a Deus que eu seja teu pra todo o sempre, Faze uma simpatia que nos una como massa E ouve as mú...
-
Vem, mulher dos olhos mansos, Acender minha manhã; Vem, alegra minha casa E fogueia o corpo meu. Passarinho matutino, Vem pousar nessa var...