Um dia, toda lição aprendida,
Toda experiência vivida,
Todo conhecimento adquirido,
Tudo se esvairá de nós com a vida, no último suspiro.
Um dia, tudo se apagará,
E não teremos sequer a consciência
De que tudo para nós se haverá apagado.
Um dia, a escuridão,
Sem termos ao menos a noção
De tamanha escuridão.
Quisera crer em outra existência além da existência...
Os meus momentos de espiritualismo são tão passageiros e fugazes...
Um dia, tudo se perderá de nós:
A razão, a consciência das coisas,
E seremos mera carne putrefata que a terra diluirá.
Não usufruiremos de nada que porventura tenhamos construído,
Quer no plano afetivo, no campo das idéias ou no aspecto material.
Deixaremos, no máximo, heranças, ensinamentos e saudades,
Mas não poderemos, nós próprios, usufruir dos nossos dotes intelectuais, espirituais e
[ patrimoniais,
Nem nos regalar do amor daqueles que nos lamentem a ausência.
De que adianta a reverência do busto em praça pública,
O nome em algum logradouro
E os dons e feitos rememorados e exaltados,
Sem que sequer possamos nos regozijar em nossa humana vaidade?
Tudo se acabará para nós,
Tudo se perderá para nós,
Nós acabaremos e tudo perderemos,
Nada para nós haverá,
Nada seremos senão o nada,
Nada senão o nada.
1995
Espaço com a predominância do lirismo e com poemas de amor e paixão, mas com versos acerca de temas diversos, como a questão sócio-política, os tipos vistos nas ruas, o poder, as pessoas e seus sentimentos. Manifestações de inconformismo, de amor aos animais, de amor romântico, de sensualidade, de tristeza, de alegria, de humor, além do olhar sobre as coisas do mundo. Contatos pelo e-mail: baraodamata2@gmail.com
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domingo, 30 de setembro de 2007
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