domingo, 28 de junho de 2020

sexta-feira, 5 de junho de 2020

SE EU SOUBESSE


Há coisas que em nossa vida
só trazem dor e tristeza:
soubesse, passava ao largo,
bem longe dos teus encantos.

Devia não ter provado
da água que tu me deste,
do almoço que preparaste,
do vinho que me serviste,
dos versos que me fizeste.

Devia não ter gozado
dos beijos que me beijaste,
do corpo que tu me abriste,
dos olhos com que me olhaste,
delírios que me causaste. 

Hoje, sozinho me vejo
mendigo de algum afeto,
saudoso de nossos dias,
frangalho do que era ontem,
um morto vagando em vida.

quinta-feira, 4 de junho de 2020

AMOR, VOLÚPIA

Deixa eu te abraçar avidamente,
 Como se fosses
 Frágil menina.
 Deixa eu te morder os lábios quentes
 Num'ânsia quase
De um'agonia.


Deixa-me beijar então teu ventre
Qual venerasse
A pele fina.


Usa-me, que eu quero ser brinquedo
 Dos teus regalos
 E teus caprichos.


Quero te desfrutar inteiramente,
 Qual foras néctar,
Licor ou vinho.

Vou no gozo chegar à Via-Láctea
 E te encontrar
 N'alguma estrela,
 Num asteroide
Ou paraíso.


 2015

quarta-feira, 3 de junho de 2020

NÃO CONTE NADA

Não conte, não, dos espinhos lá de fora,
Se eu apenas quero lhe sentir o rosto quente
Repousando no meu peito, que te acolhe,
E os lábios que se amassam, ávidos, nos meus.

Não conte, não, qualquer vivência adquirida,
Que eu quero agora é esquecer sua partida
E a prostração que sua ausência trouxe a mim.

Faça de conta que o ontem nunca houve,
Que este momento é tudo, tudo quanto existe
E que nunca, nunca mais vai terminar.

Não conte, não, dos seus amores fracassados,
Não fale nada de aventuras mal vividas,
Não diga nada, não, sobre os seus dias,
Pra que eu não abra a porta e aponte a rua
E diga: "A volta dói bem mais do que a partida".

CANTA E DANÇA

A tua tristeza é tão grande,
que o dia de sol radiante
parece a treus olhos sombrio.
Conta, menina, onde nasce
o triste que tem neSse olhar.
Canta, menina, em solfejos,
alguma canção de chorar.
e, assim, em teu pranto de moça
abranda essa dor do teu peito
e sai pela rua a dançar.

VOCÊ, PRIMAVERA

Não fique, venha: como quero que me venha!
Tenho um paraíso em seus afagos,
Na sua voz, um cantar de renascença,
Na presença, um viver em plena chama,
No seu corpo, um delírio de queimar
E na ausência, um desejo de calar.

Venha à tarde como brisa vespertina,
Venha à noite como um céu de poesia
E se vista em transparências azuladas,
E se abrace ao meu corpo desejoso,
E não pense, não fale, apenas dance
E arda assim como se fora um sol candente.

Venha\comigo olhar a vida da janela
E dizer que a primavera se anuncia no horizonte
E, inda mais, já chegou e se eterniza
Com as flores coloridas, suas cores abundantes,
Sua vida em festa acesa, alegria que retumba,
Muito embora eu saiba, a primavera, ela é você.