Eu vejo a desesperança desenhada no olhar
Dos que se plantam nas filas da condução.
Eu leio o desalento nos rostos
Dos que mofam nas filas de desempregados,
Tendo sob um braço um jornal.
Eu sei da alegria acintosa dos raros homens
Que têm o mundo nas mãos.
Eu sei da inquidade cínica dos torpes
Que fazem do destino de multidões brinquedo
Para sua bestial satisfação.
Mas parece que só eu sei, ninguém mais:
O mundo me parece por demais ignaro.
Por isto, só me cabe temer por mim,
Pelos meus e tocar minha vida,
Esquecido dos percalços do mundo,
Eu, andorinha incapaz de fazer um verão,
Conformado por ser assim desde que o mundo é mundo,
Eu, já sem credo ou bandeira política,
Eu, em busca apenas de seguir em paz esta vida de tantos perigos.
II
Não, eu não faria uma guerra ou revolução:
A mim não seduz a idéia de uma profusão de corpos inertes, exangues e desfigurados,
Num espetáculo medonho,
Muito menos me agrada imaginar mães chorando filhos mortos.
Não guerrearia, apenas diria não.
Todavia, como o mundo inteiro diz sim,
Só me resta repetir o sim proferido
E seguir a vida na brandura da paz.
2011
Espaço com a predominância do lirismo e com poemas de amor e paixão, mas com versos acerca de temas diversos, como a questão sócio-política, os tipos vistos nas ruas, o poder, as pessoas e seus sentimentos. Manifestações de inconformismo, de amor aos animais, de amor romântico, de sensualidade, de tristeza, de alegria, de humor, além do olhar sobre as coisas do mundo. Contatos pelo e-mail: baraodamata2@gmail.com.
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
OS OLHOS NA ESCURIDÃO
Abri meus olhos na escuridão,
Mas poucos outros olhos porém se abriram,
E entre estes alguns eram trão embotados,
Que não ousei arriscar palavra de desagrado.
As trevas nunca se foram, mas tão-somente
Mudaram a própria natureza e feição.;
Trevoso sítio de gentes equivocadas
A sentirem uma inexistente felicidade.
Não, não quero a guerra, o sangue , a morte,
Não quero os donos do mundo com os seus chicotes
Em nossas costas, a nos tanger.
Assim, não sei do que nos valeria
Todos nós abrirmos os nossos solhos
E iluminarmos a escuridão.
2011
Mas poucos outros olhos porém se abriram,
E entre estes alguns eram trão embotados,
Que não ousei arriscar palavra de desagrado.
As trevas nunca se foram, mas tão-somente
Mudaram a própria natureza e feição.;
Trevoso sítio de gentes equivocadas
A sentirem uma inexistente felicidade.
Não, não quero a guerra, o sangue , a morte,
Não quero os donos do mundo com os seus chicotes
Em nossas costas, a nos tanger.
Assim, não sei do que nos valeria
Todos nós abrirmos os nossos solhos
E iluminarmos a escuridão.
2011
PROFUSÃO DE SENTIMENTOS
Choro quase nunca e quase nada,
Mas tenho sentimentos abundantes como vendavais e tempestades:
Amores na sofreguidão mais inteira, imensurável,
Na ternura protetora dos pais mais extremosos,
Tristezas, desalentos de trazer amor à morte,
Ódios carregados dos desejos mais malditos,
As mais vivas, retumbantes alegrias.
Choro quase nada e quase nunca,
mas meu peito é a profusão dos mais acesos sentimentos.
2011
Mas tenho sentimentos abundantes como vendavais e tempestades:
Amores na sofreguidão mais inteira, imensurável,
Na ternura protetora dos pais mais extremosos,
Tristezas, desalentos de trazer amor à morte,
Ódios carregados dos desejos mais malditos,
As mais vivas, retumbantes alegrias.
Choro quase nada e quase nunca,
mas meu peito é a profusão dos mais acesos sentimentos.
2011
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
NOSTALGIA II
Eu tenho saudade de Carla,
Que tinha os olhos serenos
E cheios de doce poema.
Eu tenho saudade da praça,
Da juventude zanzando,
Certa de um futuro sublime.
Eu tenho saudade das noites
E dos verões do passado
Me enchendo de ingênua alegria.
Eu tenho saudade das tardes,
Das tantas história contadas
Apenas pro tempo passar.
Eu tenho apenas saudades,
Não acho melhor o passado
E abraço com gana o presente.
2011
Que tinha os olhos serenos
E cheios de doce poema.
Eu tenho saudade da praça,
Da juventude zanzando,
Certa de um futuro sublime.
Eu tenho saudade das noites
E dos verões do passado
Me enchendo de ingênua alegria.
Eu tenho saudade das tardes,
Das tantas história contadas
Apenas pro tempo passar.
Eu tenho apenas saudades,
Não acho melhor o passado
E abraço com gana o presente.
2011
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