O que dizer de ti e de tua arte [tão plena e grandiosa,
Da tua catarse sobre os palcos [que pisavas?
Cantavas com a gana insana de [animal enfurecido
De leão ferido, acuado, mas a [lutar, determinado,
E soltavas na voz as aflições, as [dores e as revoltas
Em urros melodiosos que [embriagavam as multidões.
Nem só de gritos musicais se fez [teu canto:
Tantas vezes foste doce, menina, [branda, apaixonada
A destilar uma suavidade só [encontrada nas heroínas [romanescas:
Vertias o amor puro e palpitante, [tão imenso em tua alma.
Tão bela num estereótipo que [buscava o masculino,
Mas que deixava transparecer a [poesia só flagrante nas mulheres.
Que inspiração divina te fez tão [cheia d'alma e tão diversa
Como se Deus te houvera feito de [tudo quanto existe no universo.
Ficam na gente saudades do teu [canto sublime e irreverente
E das loucuras com que marcaste [cada palco que pisaste.
Deus, se existira, te diria numa [ternura paternal e acolhedora:
"Vem, fica comigo, menina doce, [irreverente e tão intensa:
Tua presença faz o Céu mais [bonito, colorido e mais feliz.