Quando a solidão tocar em tua alma os dedos gélidos,
mas gélidos de arrepiar a carne e provocar gemidos,
encolhe-te apenas e aperta o próprio corpo nos teus braços:
não penses em momento algum chamar por mim.
Quando a solidão apertar tua garganta
com o vigor de assassina impiedosa,
sente apenas o ar faltar e a agonia:
não clames que eu te venha socorrer.
Quando a solidão doer de forma intensa,
mas intensa como a dor mais lancinante
ou de carne perfurada devagar por lança,
vive e sofre infinitamente esse momento:
não contes com que eu surja para ser o teu alívio.
Quando quiseres recostar e recosto não houver
quando quiseres chorar e um ombro inexistir,
quando quiseres pisar e o chão não encontrares,
deixe vir as lágrimas, abundantes e sem fim,
cai em ti, reflete e reconhece:
tu que para todo o sempre me perdeste.
Espaço com a predominância do lirismo e com poemas de amor e paixão, mas com versos acerca de temas diversos, como a questão sócio-política, os tipos vistos nas ruas, o poder, as pessoas e seus sentimentos. Manifestações de inconformismo, de amor aos animais, de amor romântico, de sensualidade, de tristeza, de alegria, de humor, além do olhar sobre as coisas do mundo. Contatos pelo e-mail: baraodamata2@gmail.com.
quinta-feira, 9 de outubro de 2014
ALÉM DO FIM DO MUNDO
Um último som se ouviu
no ermo,
um tímido som,
vibração tão breve,
um quase nada...
uma nota
talvez
- quem sabe?
Um som - seria?
Talvez mera impressão,
talvez alucinação,
equívoco,
então nada.
Lugar remoto, cinzento,
sombrio,
sem planta nem flores,
sem rios,
sem sons e sem cores,
sem sol, sem nada.
Uma voz talvez cante.
Mentira!
Não canta.
É tudo
deserto,
é tudo
silêncio
profundo
de tumba...
de tumba.
Apenas o vento brando
levanta
de leve
a terra
cinzenta
do chão
estéril,
no ermo,
no vago,
remoto
lugar
que fica
além
do fim...
do fim
do mundo.
no ermo,
um tímido som,
vibração tão breve,
um quase nada...
uma nota
talvez
- quem sabe?
Um som - seria?
Talvez mera impressão,
talvez alucinação,
equívoco,
então nada.
Lugar remoto, cinzento,
sombrio,
sem planta nem flores,
sem rios,
sem sons e sem cores,
sem sol, sem nada.
Uma voz talvez cante.
Mentira!
Não canta.
É tudo
deserto,
é tudo
silêncio
profundo
de tumba...
de tumba.
Apenas o vento brando
levanta
de leve
a terra
cinzenta
do chão
estéril,
no ermo,
no vago,
remoto
lugar
que fica
além
do fim...
do fim
do mundo.
OS QUERUBINS
O artista canta, o artista toca,
eu apenas ouço
arrebatado, enfeitiçado,
fascinado pelos sons miraculosos.
Quem canta, vive mais perto de Deus,
e eu, mero homenzinho, fecho os olhos,
deixo que invadam meu coração
essas sublimes melodias desses querubins sublimes.
eu apenas ouço
arrebatado, enfeitiçado,
fascinado pelos sons miraculosos.
Quem canta, vive mais perto de Deus,
e eu, mero homenzinho, fecho os olhos,
deixo que invadam meu coração
essas sublimes melodias desses querubins sublimes.
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