Quando a solidão tocar em tua alma os dedos gélidos,
mas gélidos de arrepiar a carne e provocar gemidos,
encolhe-te apenas e aperta o próprio corpo nos teus braços:
não penses em momento algum chamar por mim.
Quando a solidão apertar tua garganta
com o vigor de assassina impiedosa,
sente apenas o ar faltar e a agonia:
não clames que eu te venha socorrer.
Quando a solidão doer de forma intensa,
mas intensa como a dor mais lancinante
ou de carne perfurada devagar por lança,
vive e sofre infinitamente esse momento:
não contes com que eu surja para ser o teu alívio.
Quando quiseres recostar e recosto não houver,
quando quiseres chorar e um ombro inexistir,
quando quiseres pisar e o chão não encontrares,
deixa vir as lágrimas, abundantes e sem fim,
cai em ti, reflete e reconhece:
tu que para todo o sempre me perdeste.
"PÉS NO CHÃO E POESIA" tem esse título porque em primeira análise minha poesia é incrédula, mas reúne poemas que às vezes se antagonizam pelo fato de alguns se pejarem da crueza calcada na realidade dos dias, enquanto outros têm a doçura dos anseios da meninice, além dos que encaram a dureza do cotidiano num protesto contra ela ou mesmo numa linguagem lírica que tenta cobri-la com adorno poético. Acesse meu canal no Youtube: https://youtube.com/@demostenesbaraodamata880?si=l1cgAhBMX48XRGYU
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quinta-feira, 9 de outubro de 2014
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