sexta-feira, 27 de maio de 2022

VERSOS DE ESCURIDÃO

Hoje não há tarde e gente alegre nas calçadas,

Mas somente o último bêbado à última mesa

Do último bar da rua derradeira

E uma atmosfera de fim de tudo e despedida.



Hoje os pássaros se aquietaram nos seus ninhos,

E um vento fino resvala nos galhos dos arbustos, 

E um silêncio arrepiante se abateu sobre as paisagens,

E a noite veio, calada, muda, imóvel como fora sepulcral 



Hoje os sinos não repicaram nas igrejas,

Nem tampouco houve canto gregoriano ou ladainha;

Não havia fiéis em suplicantes orações,

E as praças eram desertas como vida não houvera.

Hoje é tudo adeus, final, deserto, silêncio e escuridão.

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