terça-feira, 3 de maio de 2022

POEMA A CÁSSIA ELLER

 O que dizer de ti e de tua arte [tão plena e grandiosa, 

Da tua catarse sobre os palcos [que pisavas?

Cantavas com a gana insana de [animal enfurecido

De leão ferido, acuado, mas a [lutar, determinado,

E soltavas na voz as aflições, as [dores e as revoltas

Em urros melodiosos que [embriagavam as multidões.


Nem só de gritos musicais se fez [teu canto:

Tantas vezes foste doce, menina, [branda, apaixonada

A destilar uma suavidade só [encontrada nas heroínas [romanescas: 

Vertias o amor puro e palpitante, [tão imenso em tua alma.


Tão bela num estereótipo que [buscava o masculino, 

Mas que deixava transparecer a [poesia só flagrante nas mulheres.

Que inspiração divina te fez tão [cheia d'alma e tão diversa

Como se Deus te houvera feito de [tudo quanto existe no universo.


Ficam na gente saudades do teu [canto sublime e irreverente

E das loucuras com que marcaste [cada palco que pisaste.

Deus, se existira, te diria numa [ternura paternal e acolhedora:

"Vem, fica comigo, menina doce, [irreverente e tão intensa:

Tua presença faz o Céu mais [bonito, colorido e mais feliz.


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