Vem, canção bonita, alimentar minh'alma.
Vem, mulher-encanto, nutrir meus desejos.
Vem, lua crescente, pratear meu corpo.
Vem, noite serena, traze-me um poema
Fresco como a brisa, brando como tu.
"PÉS NO CHÃO E POESIA" tem esse título porque em primeira análise minha poesia é incrédula, mas reúne poemas que às vezes se antagonizam pelo fato de alguns se pejarem da crueza calcada na realidade dos dias, enquanto outros têm a doçura dos anseios da meninice, além dos que encaram a dureza do cotidiano num protesto contra ela ou mesmo numa linguagem lírica que tenta cobri-la com adorno poético. Acesse meu canal no Youtube: https://youtube.com/@demostenesbaraodamata880?si=l1cgAhBMX48XRGYU
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domingo, 8 de agosto de 2010
O ICONOCLASTA
Não exaltarei salafrários engomados e com títulos pomposos
Que detêm nas mãos sujas poder e autoridade imerecida.
Não farei reverências a senhores e doutores,
Sobretudo pela parca moral das pessoas
Para o exercício do mando, poder, senhoria.
Não farei louvações a calhordas de terno
Que decidem destino de gentes e povos sofridos,
Que fazem das vestes capa de suas sarnas malditas,
De sua podridão intrínseca, vindas da mente abjeta.
Não homenageio fraques, fardas, coroas e togas,
Porque conheço profundamente a pequenez dos homens.
Não farei vivas a abastados ridículos
No alto de suas fortunas como de pedestais.
Não farei canto a gente emproada, arrogante
Que se vê qual deidade de carne e de osso.
Não farei verso a enfeitados de ouro e de brilho,
A criaturas cheias de "cumpra-se" e "faça-se".
Não saudarei quepes, brasões e divisas.
Também não cultuarei mitos e grandiosos de plástico.
Ao contrário: desmantelo os mitos, dissolvo os heróis
Com o meu senso de realidade iniludível.
Os mitos arrotam, engasgam, são bem como nós;
Heróis, se algum há, quero ver e tocar.
Eu vejo a cara dos homens tal como é a cara dos homens.
Não me iludo ou fascino, imune a todos embustes.
Ninguém a meus olhos fará belo o que é feio,
Fará grande o que é mero, é reles, é vil.
2010
Que detêm nas mãos sujas poder e autoridade imerecida.
Não farei reverências a senhores e doutores,
Sobretudo pela parca moral das pessoas
Para o exercício do mando, poder, senhoria.
Não farei louvações a calhordas de terno
Que decidem destino de gentes e povos sofridos,
Que fazem das vestes capa de suas sarnas malditas,
De sua podridão intrínseca, vindas da mente abjeta.
Não homenageio fraques, fardas, coroas e togas,
Porque conheço profundamente a pequenez dos homens.
Não farei vivas a abastados ridículos
No alto de suas fortunas como de pedestais.
Não farei canto a gente emproada, arrogante
Que se vê qual deidade de carne e de osso.
Não farei verso a enfeitados de ouro e de brilho,
A criaturas cheias de "cumpra-se" e "faça-se".
Não saudarei quepes, brasões e divisas.
Também não cultuarei mitos e grandiosos de plástico.
Ao contrário: desmantelo os mitos, dissolvo os heróis
Com o meu senso de realidade iniludível.
Os mitos arrotam, engasgam, são bem como nós;
Heróis, se algum há, quero ver e tocar.
Eu vejo a cara dos homens tal como é a cara dos homens.
Não me iludo ou fascino, imune a todos embustes.
Ninguém a meus olhos fará belo o que é feio,
Fará grande o que é mero, é reles, é vil.
2010
domingo, 1 de agosto de 2010
BELEZA MATUTINA (QUASE UMA CANTIGA DE RODA)
Beleza matutina:
Em cima do telhado
Cantou o bem-te-vi.
Aqui vejo da varanda
Uma serra tão verdinha,
Tão bonita de se olhar.
Se eu visse a ti dançando,
Sonhando pela estrada,
Eu pegava uma viola
E saía a acompanhar.
Manhã clara, tão bonita,
com jardins de muitas flores.
Os teus olhos de esmeralda,
Duas contas de encantar.
Manhã ensolarada,
Os arbustos a bailar.
O teu rosto é porcelana,
O meu peito é o teu lugar.
2010
Em cima do telhado
Cantou o bem-te-vi.
Aqui vejo da varanda
Uma serra tão verdinha,
Tão bonita de se olhar.
Se eu visse a ti dançando,
Sonhando pela estrada,
Eu pegava uma viola
E saía a acompanhar.
Manhã clara, tão bonita,
com jardins de muitas flores.
Os teus olhos de esmeralda,
Duas contas de encantar.
Manhã ensolarada,
Os arbustos a bailar.
O teu rosto é porcelana,
O meu peito é o teu lugar.
2010
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