Ah, eu venho triste como a noite fria
Em garoa infinda, luzes tão opacas.
Ah, eu venho triste como se vivesse
Derradeiras horas, sem as mãos de afeto,
Sem o pranto insano de mulher amada.
Ah, eu venho triste como se adiante
Tudo fosse negro, fosse desalento,
Como se faltassem todas minhas forças
E eu tombasse lentamente sobre a morte.
Mas eu venho triste como se este mundo
Todo se apagara, não houvera vida alguma
Em nenhuma rua, em nenhuma casa,
Fora eu fantasma e vagara pela brisa.
Mas eu venho triste como se um gemido
De animal sofrido varasse a minha alma,
Como pouco a pouco me desintegrasse
E nada existisse que me resgatasse
E, porém, um alívio me tocasse o triste espírito
Ao sentir chegando meus momentos derradeiros.
"PÉS NO CHÃO E POESIA" tem esse título porque em primeira análise minha poesia é incrédula, mas reúne poemas que às vezes se antagonizam pelo fato de alguns se pejarem da crueza calcada na realidade dos dias, enquanto outros têm a doçura dos anseios da meninice, além dos que encaram a dureza do cotidiano num protesto contra ela ou mesmo numa linguagem lírica que tenta cobri-la com adorno poético. Acesse meu canal no Youtube: https://youtube.com/@demostenesbaraodamata880?si=l1cgAhBMX48XRGYU
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sábado, 6 de abril de 2013
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