Se você me olhar qual moça enamorada,
com ar de quem suplica e ainda sonha,
serei suave assim como silente noite
somente maculada por acordes leves
que venham do longe pra nos comover.
Serei seu poema de amor infinito,
serei seu abrigo, aconchego e calor,
serei sua lira, dançarino e cantor,
brinquedo, ciranda, seu frevo e folia,
menino, seu pai, seu irmão, seu ardor.
Eterno até quando permita este mundo,
mas seu como os dedos e as palmas das mãos,
entregue aos seus olhos, seu corpo e su'alma,
serei seu pedaço, seremos um só,
serei qual rebento ao peito da mãe.
"PÉS NO CHÃO E POESIA" tem esse título porque em primeira análise minha poesia é incrédula, mas reúne poemas que às vezes se antagonizam pelo fato de alguns se pejarem da crueza calcada na realidade dos dias, enquanto outros têm a doçura dos anseios da meninice, além dos que encaram a dureza do cotidiano num protesto contra ela ou mesmo numa linguagem lírica que tenta cobri-la com adorno poético. Acesse meu canal no Youtube: https://youtube.com/@demostenesbaraodamata880?si=l1cgAhBMX48XRGYU
Pesquisar este blog
domingo, 1 de dezembro de 2013
ESCURIDÃO
Minha tristeza roubou a claridade,
e o dia então não pôde se acender.
É tão escura a noite deserta e fria...
Mas é tão triste o samba e a rua, as horas...
Ouço os cães uivando, lamentosos:
em tudo há pranto, silêncio e lástima.
Eu morro assim, de um modo sereno e triste:
não agonizo, não me contorço, tampouco grito.
Morro mansamente qual lentamente me dissolvesse:
minha'alma não tem lugar para infernos, céus:
apenas se dilui devagar na tristeza escura
e se perde no nada a que bem a tristeza nos sabe levar.
e o dia então não pôde se acender.
É tão escura a noite deserta e fria...
Mas é tão triste o samba e a rua, as horas...
Ouço os cães uivando, lamentosos:
em tudo há pranto, silêncio e lástima.
Eu morro assim, de um modo sereno e triste:
não agonizo, não me contorço, tampouco grito.
Morro mansamente qual lentamente me dissolvesse:
minha'alma não tem lugar para infernos, céus:
apenas se dilui devagar na tristeza escura
e se perde no nada a que bem a tristeza nos sabe levar.
POEMA DA MINHA AGONIA
Ai, meu canto vem de uma agonia
que rasga a carne como lâmina afiada.
Ai, a dor é lancinante da ferida
das brenhas d'alma e transparece nos meus olhos,
no retrato, nos espelhos, nos meus versos.
Mas como sangro! É uma sangria que não finda.
Mas como é negra essa tarde ensolarada!
Esse horizonte não é mais que um precipício.
Desejo a morte, que não quero e me apavora.
Não creio em sorte, Deus, reviravolta.
Ah, o canto triste vem da chaga do meu peito,
e os membros, lassos, nem sequer mais se debatem,
e eu baixo os olhos e pranteio certos dias:
minha tristeza, sei, bem sei, vai me matar.
Assinar:
Comentários (Atom)
O SENTIMENTO SUBLIME
O sentimento sublime que trago em meu meu candente é como se tudo florasse, se a aurora fosse constante e a noite, tão linda de estrelas, ...
-
Vem, mulher, pra mim, que eu te faço Uns versos tão mansinhos e cálidos, Que, mais do que musa, Vênus te sentirás. Vem pra mim por inte...
-
Quero fazer um poema que seja só não-amor. Que não seja canto, mas silêncio; que não seja perdão, mas ódio calado, velado e mudo. Qu...
-
Quero te fazer um poema co’a delicadeza de quem toca harpa, Co’a mansidão de quem dedilha violão. Quero versejar para ti assim como quem t...