O silêncio, mudez total, completa,
atravessa cada cômado,
aquieta a casa inteira,
silêncio tumular, absoluto.
O silêncio de fazer perder o sono
e revirar-se qualquer mortal por toda a noite.
O silêncio, que é calado como a morte,
encontra todavia, com perplexidade imensa,
minha alma ainda mais silenciosa.
O silêncio, a minha alma.
A minha alma, que é sem dor nem rigozijo,
sem sonhos, sem desejos, sem enganos,
que fica imóvel, sem folia e nenhum pranto,
a sorver lentamente esse silêncio.
Minha alma se atou de vez a esse silêncio,
numa comunhão de eterno casamento,
e ambos se fundem e se tornam coisa única:
a minha alma é o próprio silêncio então.
II
Quero apenas a quietude do silêncio,
O semblante inexpressivo do silêncio:
Quero somente o silêncio,
Nada, nada que não seja o silêncio.
2004
"PÉS NO CHÃO E POESIA" tem esse título porque em primeira análise minha poesia é incrédula, mas reúne poemas que às vezes se antagonizam pelo fato de alguns se pejarem da crueza calcada na realidade dos dias, enquanto outros têm a doçura dos anseios da meninice, além dos que encaram a dureza do cotidiano num protesto contra ela ou mesmo numa linguagem lírica que tenta cobri-la com adorno poético. Acesse meu canal no Youtube: https://youtube.com/@demostenesbaraodamata880?si=l1cgAhBMX48XRGYU
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terça-feira, 24 de março de 2009
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