segunda-feira, 27 de setembro de 2010

TEMPO DE TRISTEZA

Em noite profunda de inverno,
Sem música, estrelas, luar,
Cantei uma viva esperança,
E era tão diurno meu canto...

Em dia profuso de gente,
Com sol, nuvens alvas, céu claro,
Cantei uma dor que me vinha,
E era tão noturno o meu canto.

O canto é o espelho da alma,
A alma é que diz se as horas
São claras, escuras, cinzentas,
Se o dia pra nós anoitece,
Se a noite pra nós amanhece.

Durante um tempo bem longo,
O escuro invadiu meus momentos,
Me fez as manhãs tão noturnas,
Me fez anoitecer pelos dias,
Numa tristeza fundamente doída,
Mas doída de parecerem os minutos
Derradeiros momentos de vida.

2010

Um comentário:

Dhênova disse...

Tristes versos os teus, poeta, porém não menos belos.

Abração.