Não é um vilarejo inocente,
Mas sugere algum romantismo.
É um lugar bem modesto,
De uma pobreza flagrante,
De uma beleza singela.
Mas naquela beleza simples,
Não há nos dias da gente
A mais vaga e menor poesia.
As crianças brincam, inocentes,
Mas não sonham qual sonham crianças.
Adolescentes não mostram quimeras,
Mas eterna vigília nos olhos.
Não têm esperança os adultos,
Mas rezam o quanto conseguem,
Pedindo que não cheguem tragédias
Soldados sem farda e camisa
Empunham armas possantes,
Seguindo ordens expressas
De oficiais sem divisas.
O sol reflete nas casas,
Mas não há olhar que se encante.
Alguns jardins bem se avistam,
Mas as flores parecem sem vida.
Nos bares, homens conversam,
E as ruas, repletas de gente,
Não são de viva poesia.
Soa bem alto um batuque,
Mas não há no batuque alegria.
2010
"PÉS NO CHÃO E POESIA" tem esse título porque em primeira análise minha poesia é incrédula, mas reúne poemas que às vezes se antagonizam pelo fato de alguns se pejarem da crueza calcada na realidade dos dias, enquanto outros têm a doçura dos anseios da meninice, além dos que encaram a dureza do cotidiano num protesto contra ela ou mesmo numa linguagem lírica que tenta cobri-la com adorno poético. Acesse meu canal no Youtube: https://youtube.com/@demostenesbaraodamata880?si=l1cgAhBMX48XRGYU
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terça-feira, 19 de outubro de 2010
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