sábado, 24 de abril de 2021

MEU VERSO

Meu verso é um canto ardente de vida e de morte,

É lassidão, quietude, tristeza profunda,

É dor aguda e calada furando no peito,

É uma alegria vibrante a vestir fantasia

E a mergulhar nas folias sem siso dos carnavais.

É Sharon Stone cruzando as pernas,

É Macunaíma a destilar pilantragem.

É bêbado triste a prantear nas esquinas,

É violeiro dedilhando modinhas,

É vida  brotando, florindo, a  dançar

No canto divino dos canários, pardais...

Meu verso é o ódio a queimar corações,

É o amor a afagar como a brisa em manhãs.

É o macho que adentra as entranhas da fêmea

Numa gana de gato, de cão, de leão,

Sussurro macio dos córregos brandos,

É noite silente e quieta de paz.

Meu verso  se faz dos quatro elementos:

Da terra, do fogo, da água e do ar;

Em si traz o cobre, o ferro, o carvão,

É bicho e é planta,  é também mineral.

Das substâncias do mundo, de todas, de todas,

De todas, todinhas é feito o meu verso.


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