Minha agonia é porque meu peito não se cala
E quer-se expandir pela vastidão do espaço sideral,
Mas não acha senão uma vida enfadonha e pequenina,
Mergulhada na esterilidade do dia-a-dia tedioso.
Meu coração é irrequieto como um viajante aventureiro
E se encontra encarcerado na monotonia do cotidiano.
Ah(!), angústia, por que não cortei os próprios pulsos,
Não me atirei da janela, num ato dramático e extremo,
Para aquietar para sempre esta alma sedenta demais?
Mas, Deus, e se houver uma outra vida além desta do corpo
E o espírito provar sofrimentos demasiadamente lancinantes?
Minha agonia é porque minhas emoções são intensas como tufões e temporais,
Porque minha alma arde como o meu corpo, que ama amar.
Minha agonia é porque os meus sentimentos desmedidos não cabem
[ neste mundo tão prático, astuto, sem lira e diverso de mim.
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