quarta-feira, 3 de setembro de 2008

A SOLITÁRIA

E se a solidão se transformar em angústia
E te der desejo de correr despida pelas ruas?
E se o silêncio te encher a alma de agonia,
E a noite te parecer tão negra e fria,
Que tu desejes te lançar pela janela
Do apartamento, num voo descabido e impossível?

Aderirás a uma seita em que irás depositar
Tua confiança e todo teu dinheiro arrecadado?
Poetarás tua ininita melancolia desolada?
Vestirás os teus vestidos mais ousados, provocantes
E mergulharás profundamente na noite e na lascívia?
Ou fecharás os olhos, te darás completa, inteiramente
Ao primeiro com que deparares numa esquina,
E entregarás em suas mãos a tua vida
Como filho que confia a segurança às mãos da própria mãe?

2008

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