O que é de você, mulher bonita?
Eu vi sua janela entreaberta
E vislumbrei sua face bela e pálida.
Eu vi muito bem seu olhar triste:
Você entrevia pela escura fresta
A rua
Deserta,
Escura,
Calada,
Sem cor.
Era só como essa alma enevoada
Conseguia ver a tarde,
Que se movia
E que vivia
Sem você ver.
Eu bem quis adentrar
A sua casa,
Lhe dar abrigo
Em meu abraço,
Falar um pouco
Em esperança.
Mas que esperança,
Se seu olhar
Me parecia
Já tão entregue
E ambientado
Só à tristeza,
Que meu impulso
Nem por segundos
Sobreviveu?
Segui apenas
O meu caminho,
Eu, tão inútil,
Envelhecido,
Já tão sombrio,
Contagiado,
Entristecido
Como seu rosto
Anoitecido.
2008
"PÉS NO CHÃO E POESIA" tem esse título porque em primeira análise minha poesia é incrédula, mas reúne poemas que às vezes se antagonizam pelo fato de alguns se pejarem da crueza calcada na realidade dos dias, enquanto outros têm a doçura dos anseios da meninice, além dos que encaram a dureza do cotidiano num protesto contra ela ou mesmo numa linguagem lírica que tenta cobri-la com adorno poético. Acesse meu canal no Youtube: https://youtube.com/@demostenesbaraodamata880?si=l1cgAhBMX48XRGYU
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quarta-feira, 3 de março de 2010
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