Quero ir embora,
Vou pra algum lugar onde o sol se ponha alguma hora,
Onde eu sinta a brisa da manhã me acarinhando,
Onde à noite haja uma paz divina
E os sons que se ouçam sejam canto de grilos assanhados
Ou acordes de viola a vir de longe.
Quero ir embora,
Quero ir agora,
Chega de ouvir a antimúsica dos estampidos
Dos fogos, tiros.
Chega de ouvir os ruídos estridentes
Dos feios berros, freios, buzinas
E das turbas incontidas que jamais se educam
E me apoquentam,
Me violentam,
Tiram-me o sono.
Quero andar em paz pelas ruas calmas, sossegadas,
Sem o perigo
De um meliante
Vir me matar.
Quero ir embora,
Gente iludida.
Pode ficar co'a praia, multidões, essa quentura
Perniciosa,
Que você pensa
Ser um presente.
Pode ficar com as boates, os batuques, delinqüentes,
Que eu quero é paz,
É poesia
Cantada à noite
Pelas corujas.
É a alvorada
Anunciada
Por bem-te-vis.
2010
"PÉS NO CHÃO E POESIA" tem esse título porque em primeira análise minha poesia é incrédula, mas reúne poemas que às vezes se antagonizam pelo fato de alguns se pejarem da crueza calcada na realidade dos dias, enquanto outros têm a doçura dos anseios da meninice, além dos que encaram a dureza do cotidiano num protesto contra ela ou mesmo numa linguagem lírica que tenta cobri-la com adorno poético. Acesse meu canal no Youtube: https://youtube.com/@demostenesbaraodamata880?si=l1cgAhBMX48XRGYU
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quarta-feira, 3 de março de 2010
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