Não ruminar a dor e tirar os olhos de dentro da escuridão da alma.
Debruçar-se à janela e voltar os olhos para a vida lá fora,
Atirar-se na vida que existe lá fora...
Atirar-se na vida que existe lá fora...
Mas como, se não há vida lá fora,
Como não há vida nas ruas, na cidade, no país,
E o mundo se tornou um deserto imensurável,
E as assombrações vagueiam tristemente por todo lugar,
Num silêncio tão noturno e tumular?
Como, se a noite que cobre o peito magoado
Se expandiu no universo por inteiro,
E o dia parece que não mais se acenderá?
Como, se os ventos lamentosos percorrem os desertos incontáveis,
E não há voz nem som de um instrumento
Que traga à quietude alguma poesia?
Como, se a morte se apossou da alma,
Se a alma se apagou de sombras,
E as assombrações, assustadoras,
Vagueiam, senhoras da tristeza e do medo,
No seu macambúzio semblante de morte?
2012
"PÉS NO CHÃO E POESIA" tem esse título porque em primeira análise minha poesia é incrédula, mas reúne poemas que às vezes se antagonizam pelo fato de alguns se pejarem da crueza calcada na realidade dos dias, enquanto outros têm a doçura dos anseios da meninice, além dos que encaram a dureza do cotidiano num protesto contra ela ou mesmo numa linguagem lírica que tenta cobri-la com adorno poético. Acesse meu canal no Youtube: https://youtube.com/@demostenesbaraodamata880?si=l1cgAhBMX48XRGYU
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domingo, 29 de janeiro de 2012
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