domingo, 1 de janeiro de 2012

TÉDIO

Dias iguais, pessoas, carros e panoramas quase iguais.
Tudo é igual na igualdade dos dias,
Como se os dias fossem um único dia,
Fragmentado em pedaços com a mesmíssima feição.

O tédio...ah, o tédio(!), o intragável tédio!
O que fazer da vida então?
Despirmo-nos das roupas e mandarmos às favas os compromissos,
Os preceitos e o razoável senso do praticável,
Copularmos nos logradouros mais impróprios, ante a perplexidade
[ e a indignação dos mais contidos?

O que fazer então da vida?
Deixar que o mundo se dane
E apenas ouvir as vozes mais belas e os instrumentos mais lindos
Em melodias encantadoras?

Viver os delírios mais absurdos,
Fazer da loucura o caminho,
Deixando este mundo à deriva
Simplesmeente?

O que fazer então da vida?
Apenas tragar o tédio,
Tragar o tédio intragável
E aguardar as surpresas dos dias
No afã de que sejam boas,
Viver a incerteza dos dias
Na expectativa de puros infantes
Contando com belos presentes.

2011


Nenhum comentário: