Como eu poderia, menina, escrever-te poesias,
Se eu não sei falar dessa alegria
Solta, alegre, esvoaçante, tão menina,
Reluzente no teu ser?
Como, se eu só sei cantar tristeza
Com tristeza, por tristeza,
Nada mais?
Menina, a minha canção é qual silêncio,
É gemido, pranto, noite funda,
Fronte baixa, olhos mortos, pura dor.
Minha canção é qual crepúsculo de inverno,
Negro céu, bairro sem gente, mar sem vida,
Casa abandonada de desolado quintal.
Minha canção é um queixume tão desnudo de esperança,
Lágrima incessante deslizando pelo rosto,
Barco ancorado no deserto cais.
Minha canção é folhas secas arrastadas pelo vento,
Tarde sombria, olhar cansado, solidão.
Minha canção é escuridão, é desalento,
É fadiga, desencanto, lassidão, abatimento,
Melancolia, desconsolo, é vontade de morrer.
2003
"PÉS NO CHÃO E POESIA" tem esse título porque em primeira análise minha poesia é incrédula, mas reúne poemas que às vezes se antagonizam pelo fato de alguns se pejarem da crueza calcada na realidade dos dias, enquanto outros têm a doçura dos anseios da meninice, além dos que encaram a dureza do cotidiano num protesto contra ela ou mesmo numa linguagem lírica que tenta cobri-la com adorno poético. Acesse meu canal no Youtube: https://youtube.com/@demostenesbaraodamata880?si=l1cgAhBMX48XRGYU
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quarta-feira, 3 de setembro de 2008
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Um comentário:
Barão, adorei a poesia , mas parece-me um pouco depressiva demais diante de um amor mais jovem? Li todas. Parabéns!
Vou voltar sempre, Demóstenes.
Bjs. poéticos.
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