Ah, solidão, tive amores tantas vezes!
Mas não sei dizer se percebeste
Que nunca de ti me descasei.
Sei hoje que sempre foste e que serás
A minha eterna e infalível companheira.
Levei a vida enleado nos teus braços,
A pensar que estavas muito, muito longe.
Que fazer agora? - te pergunto e me pergunto:
Desejar a morte como à mulher mais sedutora?
Não quero dar fim à própria vida,
Com cena de sangue e gente histérica a correr e gritar pelas ruas,
[ corredores.
Quero a morte talvez no seu devido tempo
E não ficar no aguardo da agonia lancinante.
Quero, sim, ser cônscio de tua presença eternizada
E aprender a te aceitar e amar como alma gêmea,
Como foras una comigo qual meu corpo.
Não deixarei que a tristeza me aniquile
Nem tampouco me incline a desejar uma ilusão.
Não, solidão, quero apenas viver num realismo
Que suporte a crueza que tu encerras
E seguir a vida, sem enganos, leve, em paz.
2012
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