Meu rapaz é tão menino,
E eu passei da flor da idade;
Me rendi aos seus encantos,
Ele, ao saldo no meu banco.
Sou às vezes tão materna,
Ele, tão, mas tão meu filho,
Que me pede um dinheirão.
Eu lhe faço juras líricas,
Ele fala em casamento,
Em seguro, garantias,
Com seus pés firmes no chão.
Eu lhe conto histórias lindas,
Ele conta os meus ativos.
Eu planejo mil viagens,
Ele, mil investimentos.
Eu me pego tão criança
Em sonhar coisas românticas,
Eu o encontro tão adulto,
A falar em patrimônio.
Eu me nutro dos seus beijos,
Sou faminta do seu corpo,
Ele come a minha renda,
Tão voraz como um leão.
Eu me afundo em minhas dívidas,
A querê-lo eternamente,
Ele fica em suas dúvidas
De devermos prosseguir.
2011
"PÉS NO CHÃO E POESIA" tem esse título porque em primeira análise minha poesia é incrédula, mas reúne poemas que às vezes se antagonizam pelo fato de alguns se pejarem da crueza calcada na realidade dos dias, enquanto outros têm a doçura dos anseios da meninice, além dos que encaram a dureza do cotidiano num protesto contra ela ou mesmo numa linguagem lírica que tenta cobri-la com adorno poético. Acesse meu canal no Youtube: https://youtube.com/@demostenesbaraodamata880?si=l1cgAhBMX48XRGYU
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segunda-feira, 15 de agosto de 2011
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