Estou cansado da infâmia das pessoas e do mundo ao meu redor:
Vou partir para um recanto remoto, bem distante,
Muito longe da balbúrdia, da ganância e hipocrisia,
Bem a salvo deste sol impiedoso dos infernos,
Sem alcance prá torpeza, a ganância, a iniquidade.
Vou regalar-me dos ventos mansos e frescores deleitantes,
Num lugar de matas verdes e de bosques majestosos,
De cachoeiras e regatos, águas brancas, rios límpidos,
Onde ouvirei as mais sublimes e elevadas melodias
E, mais que tudo, cante a paz numa constância absoluta.
Inspirarei os cheiros bons da atmosfera perfumada,
Farei amor, imune ao tempo e sua fria tirania,
Farei carinho no ventre dos cachorros e dos gatos,
Verei voar os passarinhos mais bonitos, comoventes,
Me esconderei num canto bom da minha mente tão imunda,
E as noites cantarão para mim com a doçura das amantes devotadas,
E os dias terão a pureza de crianças se aquecendo ao sol sereno,
E as nuvens pousarão e enfeitarão as serras imponentes,
E eu me verei tão despojado da maldade e tão liberto das intrigas,
Que, leve, flutuarei entre sublimidades encantadas,
Na inefável paz dos anjos e dos santos, paz do Éden, do Nirvana...
2011
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