segunda-feira, 15 de agosto de 2011

HUMANIDADE DESOLADORA

Soltar a voz, bradando num clamor insano
Por justiça, retidão, por paz e compaixão.
Prantear cada vida perdida neste mundo,
Por mais vis que pareçam  muitas delas,
Mais insignificantes pareçam certos seres.
Suplicar pela vida do ser mais modesto, pequenino.

Mas de que vale gritar a ouvidos moucos?
O que se pode contra mentes pétreas
Embotadas por antepassados trevosos e cruéis?

Como tolher a vocação despótica dos homens,
Sua frieza, sordidez, iniquidade natural?
Seria como tentar amoldar pedras tão-somente com as mãos,
Como querer conter incêndios com sopros impotentes.


A humanidade me desola profundamente.


II


Não, de nada adiantará ficares remoendo
A tua revolta pela ganância, prostituição e sordidez das pessoas:
Nenhum deus ou grupo de deuses ou o que quer que se imagine
Virá para julgar-lhes e impor-lhes castigo
Ou mesmo exigir-lhes qualquer tipo de reparação.

Esquece-as, não as ame, mas não as odeie,
Porque odiá-las irá apenas destruir as tuas vísceras
E tornar pobre e miserável a tua saúde.

Não te revoltes, apenas ignora-as e dá o teu amor
Aos poucos que tu achares merecedores,
E a maldade humana assim bem menos te atingirá.

2011

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