quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A QUE SONHAVA

Sonhava,
Insana,
Tantos sonhos descabidos
E varava madrugadas
Tão distante deste mundo
E contava então estrelas.

Bebia
À noite
E se dava aos seus amores,
Venerava seus amantes
Em ternuras obscenas,
Numa chama sem igual.

Plantava
Sonhos
Onde quer que conversasse.
Tinha um verbo tão sem mágoa,
Tão ornado de utopia,
Que encantava seus ouvintes.

Casou-se
Um dia
E se viu parindo filhos,
Viu morrer seus devaneios.
E, então crua e um tanto triste,
Se mostrou de pés no chão.

2013

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