sábado, 8 de setembro de 2007

DEVOÇÃO

Entender precisamente a linguagem imprecisa dos teus olhos
E ler neles o querer-me,
Beijar-te com gana  e frenesim animalesco,
Sorver-te com o prazer de quem degusta inebriante néctar,
Possuir-te com os mais ensandecidos dos ardores.


Beijar teu ventre com a veneração dos muçulmanos,
Tocar teu rosto co’a leveza de quem bole delicada porcelana,
Dizer-te as coisas tolas das paixões menos maduras.
Seguir contigo uma estrada incerta, imprevisível,
Mas repleta de aves,  sol, de flores, frutas, de jardins,
De cores, de luar.


Canta para mim umas palavras de ardor, de mel, de açúcar
Que venham do mais fundo do teu peito amante,
Pra que eu seja finalmente alegre e bem feliz.

1996

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