É uma tarde plácida. A fogueira acesa
E o valão imenso onde atirar pedras
São prá meninada uma grande festa.
Vai a mulher preta, caixa na cabeça,
Passos cuidadosos, neném na barriga.
O sol de outono pinta de amarelo
Os casebres pobres, ruços de poeira.
O homem encurvado de cabeça branca
Traz bolsa pesada, muita ferramenta.
A moça bonita chega da janela
E tão bela imagem nos enche de sonhos.
É uma tarde mansa, toda colorida,
E um homem tristonho fala pros amigos
Que até mesmo os santos os abandonaram.
1981
"PÉS NO CHÃO E POESIA" tem esse título porque em primeira análise minha poesia é incrédula, mas reúne poemas que às vezes se antagonizam pelo fato de alguns se pejarem da crueza calcada na realidade dos dias, enquanto outros têm a doçura dos anseios da meninice, além dos que encaram a dureza do cotidiano num protesto contra ela ou mesmo numa linguagem lírica que tenta cobri-la com adorno poético. Acesse meu canal no Youtube: https://youtube.com/@demostenesbaraodamata880?si=l1cgAhBMX48XRGYU
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domingo, 30 de setembro de 2007
O SENTIMENTO SUBLIME
O sentimento sublime que trago em meu meu candente é como se tudo florasse, se a aurora fosse constante e a noite, tão linda de estrelas, ...
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Vem, mulher, pra mim, que eu te faço Uns versos tão mansinhos e cálidos, Que, mais do que musa, Vênus te sentirás. Vem pra mim por inte...
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Quero fazer um poema que seja só não-amor. Que não seja canto, mas silêncio; que não seja perdão, mas ódio calado, velado e mudo. Qu...
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Quero te fazer um poema co’a delicadeza de quem toca harpa, Co’a mansidão de quem dedilha violão. Quero versejar para ti assim como quem t...