Um dia, toda lição aprendida,
Toda experiência vivida,
Todo conhecimento adquirido,
Tudo se esvairá de nós com a vida, no último suspiro.
Um dia, tudo se apagará,
E não teremos sequer a consciência
De que tudo para nós se haverá apagado.
Um dia, a escuridão,
Sem termos ao menos a noção
De tamanha escuridão.
Quisera crer em outra existência além da existência...
Os meus momentos de espiritualismo são tão passageiros e fugazes...
Um dia, tudo se perderá de nós:
A razão, a consciência das coisas,
E seremos mera carne putrefata que a terra diluirá.
Não usufruiremos de nada que porventura tenhamos construído,
Quer no plano afetivo, no campo das idéias ou no aspecto material.
Deixaremos, no máximo, heranças, ensinamentos e saudades,
Mas não poderemos, nós próprios, usufruir dos nossos dotes intelectuais, espirituais e
[ patrimoniais,
Nem nos regalar do amor daqueles que nos lamentem a ausência.
De que adianta a reverência do busto em praça pública,
O nome em algum logradouro
E os dons e feitos rememorados e exaltados,
Sem que sequer possamos nos regozijar em nossa humana vaidade?
Tudo se acabará para nós,
Tudo se perderá para nós,
Nós acabaremos e tudo perderemos,
Nada para nós haverá,
Nada seremos senão o nada,
Nada senão o nada.
1995
"PÉS NO CHÃO E POESIA" tem esse título porque em primeira análise minha poesia é incrédula, mas reúne poemas que às vezes se antagonizam pelo fato de alguns se pejarem da crueza calcada na realidade dos dias, enquanto outros têm a doçura dos anseios da meninice, além dos que encaram a dureza do cotidiano num protesto contra ela ou mesmo numa linguagem lírica que tenta cobri-la com adorno poético. Acesse meu canal no Youtube: https://youtube.com/@demostenesbaraodamata880?si=l1cgAhBMX48XRGYU
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domingo, 30 de setembro de 2007
O SENTIMENTO SUBLIME
O sentimento sublime que trago em meu meu candente é como se tudo florasse, se a aurora fosse constante e a noite, tão linda de estrelas, ...
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Vem, mulher, pra mim, que eu te faço Uns versos tão mansinhos e cálidos, Que, mais do que musa, Vênus te sentirás. Vem pra mim por inte...
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Quero fazer um poema que seja só não-amor. Que não seja canto, mas silêncio; que não seja perdão, mas ódio calado, velado e mudo. Qu...
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Quero te fazer um poema co’a delicadeza de quem toca harpa, Co’a mansidão de quem dedilha violão. Quero versejar para ti assim como quem t...