Puxa, gente, genial!
Sou da esquerda radical.
Sou do mundo a palmatória,
Sou herói da Nossa História.
Nos discursos, me inflamei,
Fervoroso, já ataquei
O imperialismo ianque:
Como sou bom de palanque!
Quero agora governar:
Deus vai ter que me ajudar.
Eu já tenho meus projetos:
Vou criar um ganho-teto
Pros peões, os operários,
Os que vivem de salários.
Puxa, eu sou tão progressista...
Sou um anjo socialista.
Essa gente tão sofrida.
Tão doente, esmilingüida
Vem sofrendo tantos danos,
Que agüenta mais mil anos;
Tem que dar mais sacrifício:
Criar teia no orifício.
Muito altos os salários:
Ah! Coitados empresários!
São besteiras de artistas
Os direitos trabalhistas.
Vou com eles liquidar
Pro patrão se alegrar.
Sou um esquerdista sério:
Até todos ministérios
Vou querer privatizar,
Internacionalizar.
A Justiça e as escolas
Vou vender à Coca-Cola.
Essa gente é tão dengosa,
Tão queixosa e lastimosa.
Sou um grande democrata,
Mas a coisa anda chata:
Vou dar fim a tanto excesso:
Reclamou, levou processo.
Eu sou justo e reformista,
Grandioso e progressista.
Sou um herói proletário
Com salário milionário
E negócios no estrangeiro:
Esquerdista brasileiro.
1993
"PÉS NO CHÃO E POESIA" tem esse título porque em primeira análise minha poesia é incrédula, mas reúne poemas que às vezes se antagonizam pelo fato de alguns se pejarem da crueza calcada na realidade dos dias, enquanto outros têm a doçura dos anseios da meninice, além dos que encaram a dureza do cotidiano num protesto contra ela ou mesmo numa linguagem lírica que tenta cobri-la com adorno poético. Acesse meu canal no Youtube: https://youtube.com/@demostenesbaraodamata880?si=l1cgAhBMX48XRGYU
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domingo, 30 de setembro de 2007
O SENTIMENTO SUBLIME
O sentimento sublime que trago em meu meu candente é como se tudo florasse, se a aurora fosse constante e a noite, tão linda de estrelas, ...
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Vem, mulher, pra mim, que eu te faço Uns versos tão mansinhos e cálidos, Que, mais do que musa, Vênus te sentirás. Vem pra mim por inte...
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Quero fazer um poema que seja só não-amor. Que não seja canto, mas silêncio; que não seja perdão, mas ódio calado, velado e mudo. Qu...
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Quero te fazer um poema co’a delicadeza de quem toca harpa, Co’a mansidão de quem dedilha violão. Quero versejar para ti assim como quem t...