Eu me reerguerei da minha letargia
E lamberei a vida com o prazer de quem lambe suculenta fruta.
Eu, coisa obscura que perambula encolhida pelas ruas sombrias...
As ruas sombrias... As ruas são sempre sombrias...
Eu, contraído e velho, envergado a vagar num passo arrastado;
Eu, ancião franzino, recortado de rugas,
Reerguer-me-ei do marasmo como quem se levanta dos próprios escombros
(Eu me reerguerei dos escombros de mim próprio),
Reerguer-me-ei da morte e saltarei para a vida como parido das negras entranhas da terra para a folia do Carnaval.
Rejuvenescerei da minha velhice, ressuscitarei da minha morte
E, leve, me refestelarei numa mesa de bar
E pedirei a bebida com gosto e alegria.
E desfrutarei deste momento sublime de saborosa preguiça,
E me deleitarei com a vida como uma criança que se banha nas águas do mar.
1995
"PÉS NO CHÃO E POESIA" tem esse título porque em primeira análise minha poesia é incrédula, mas reúne poemas que às vezes se antagonizam pelo fato de alguns se pejarem da crueza calcada na realidade dos dias, enquanto outros têm a doçura dos anseios da meninice, além dos que encaram a dureza do cotidiano num protesto contra ela ou mesmo numa linguagem lírica que tenta cobri-la com adorno poético. Acesse meu canal no Youtube: https://youtube.com/@demostenesbaraodamata880?si=l1cgAhBMX48XRGYU
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domingo, 30 de setembro de 2007
O SENTIMENTO SUBLIME
O sentimento sublime que trago em meu meu candente é como se tudo florasse, se a aurora fosse constante e a noite, tão linda de estrelas, ...
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Vem, mulher, pra mim, que eu te faço Uns versos tão mansinhos e cálidos, Que, mais do que musa, Vênus te sentirás. Vem pra mim por inte...
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Quero fazer um poema que seja só não-amor. Que não seja canto, mas silêncio; que não seja perdão, mas ódio calado, velado e mudo. Qu...
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Quero te fazer um poema co’a delicadeza de quem toca harpa, Co’a mansidão de quem dedilha violão. Quero versejar para ti assim como quem t...