Pássaro liberto, conta para mim
O que tens vivido, o que tens voado
E das verdes matas e das claras águas,
Do extasiante gosto da aventura
E do deleitante espaço sem fim.
Quero navegar nesse infinito mar de coxas,
Bocas, mamas, vulvas, nádegas,
De músicas, poemas, bebida e botequins.
Quero orgias, mil festas dissolutas,
A luxúria onipresente e as almas muito ébrias.
Quero a paixão em flama no meu peito,
A arder por Tânia, Mara, Sandra e Noemy,
A ferver por Nara, Sônia, Suzana e por Nancy.
Quero, errante, não mais ter morada,
Quero os ares, mares, rios e as estradas,
Desfrutar das matas, ranchos, roças e cidades;
Desfrutar do mundo sem cabresto e rédeas,
Fora desta jaula, solto das algemas,
Sem o calabouço a me aprisionar.
1993